Falando sobre tudo

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Depoimento II






DEPOIMENTO



" Sou mãe de duas meninas e dois meninos, ja, hoje, casados, e avó de dois netos meninos. Me casei, tem 20 anos e me separei tem 7 anos, apenas. Sou professora de artes plasticas e mucisista. Conheci meu grande amor, já com 37 anos e com ela, vivi meus melhores momentos de felicidade e realização. Fiquei  econdida da sociedade, por dois longos anos, com medo do preconceito e dos questionamentos quanto a minha sexualidade. Com o tempo, descobri que minha felicidade completa e meu desejo interno, escondido até de mim mesma, era poder gritar ao mundo o meu amor, então depois de tanta porrada da vida, das pessoas e dos familiares, mesmo sem saberem o que acontecia comigo, resolvi me assumir e que se danasse quem não aceitasse minha nova condição de vida. Comecei pelos filhos homens, por que achei mais facil. Foi muito dificil encara-los e contar tudo, mas o fiz. Depois de muitas discussões sobre minha vida passada, meus anceios e tristeza viva, eles acabaram por me aceitar e a minha namorada. Minha filha mais nova, também aceitou, mas minha filha mais velha e mãe de meus dois netos, não só não aceitou, como me expulsou da sua vida, me proibindo inclusive de ver meus netos. Aquele ano, meu dia das mãe não foi completo, pois senti falta desta minha filha e de meus netos ao redor da mesa. Os olhares para nós duas, foi como se tivessem me dessecando com os olhos. Me senti muito mal. Depois de tudo que vivi e que passei para dar educação, cultura aos meus quatro filhos, agora, me sentia a pior pessoa do mundo, aquela que denigri a moral da familia, aquela que mentiu e enganou a familia durante anos, aquela que destruiu a imagem da familia. Me senti mal e arrasada, mas nada falei, naquele momento.  Me dediquei ao meu amor, já havia sofrido muito na vida e agora tinha o direito de ser feliz, querendo as pessoas ou não. Dois anos depois, tive um cancer de mama e numa das operações para retirada de mama, quase fui embora, devido a uma parada cardiorespiratoria. Minha namorada e atual companheira ficou dias no hospital, dormindo numa cadeira dura e em um quarto frio, mas ao meu lado e cuidando de mim. Meus filhos iam me visitar no hospital, quando podiam e isso doeu meu coração. por que percebi que eles tinham a vida deles, e não iam parar de viver por que a minha vida estava em risco de terminar. Doeu muito, mas sobrevivi e me recuperei. Daquela operação em diante, me afastei por completo de meus familiares, filhos e netos. Se eles não me queriam mais como mãe e avó, não ia ficar implorando o perdão e o amor deles. Passaram-se três anos,sem que meus filhos e netos me procurassem, apenas ligavam em datas festivas. Um dia, meu filho mais velho, ficou muito doente e acabou por ter um AVC que o deixou na cama, sem falar, sem andar e necessitando de cuidados. Sua esposa em três meses, pediu a separação e o largou, indo morar com o chefe da empresa que ela trabalhava e eu fui busca-lo e trouxe-o para minha casa. Minha companheira, enfermeira de mão cheia, cuidou dele, pagou fisioterapeuta, médicos e meu filho hoje, fala, anda e voltou a vida. Aceitou minha companheira e fez campanha na familia, conseguindo resgatar todos, inclusive minha filha que me negara, anos atras e meus netos. Hoje, sou completamente feliz e minha mesa, em datas festivas, esta completa."


testo enviado por vovó matilde, por e-mail

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