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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sair do armario é dificil - Text

Sair do armário é difícil, mas pode gerar menos fofoca do que ficar nele

Fábio de Oliveira





  • Para psiquiatra, sair do armário não impede que comentários sejam feitos, mas permite viver de maneira plena a sexualidade sem se importar com fofocas
As tias não cansam de perguntar para o rapaz, de preferência no Natal: e as namoradas? Conhecidos se indagam: será que ele é? Já ela, que parece estar eternamente solteira -será lésbica? Diante de tantos comentários, surge a questão: sair do armário daria um fim a toda essa fofoca? A resposta não é simples.
Para começo de conversa, muitos homossexuais ainda temem assumir sua própria sexualidade, como mostra a pesquisa sobre o casamento gay da Conectaí, empresa especializada em pesquisa online ligada ao Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). O estudo contou com 2.363 internautas brasileiros entre 11 e 19 de março de 2013. 
Entre os que responderam à enquete afirmando ser homo ou bissexual, 31% não se abriram para os familiares, sendo o medo de rejeição o grande motivo de guardar o segredo (57%); 32% não revelaram sua preferência sexual para os colegas de trabalho por receio de não serem aceitos (32%) e com medo de que ser gay possa interferir na carreira (24%); e 12% se mantêm enrustidos apenas para os amigos. 
Em outras palavras, os números demonstram que ainda é difícil escancarar a porta do armário no Brasil. "Somos um país de múltiplas facetas, com bolsões mais liberais e áreas onde o preconceito e os valores mais tradicionais predominam", afirma o psiquiatra Alexandre Saadeh, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para a psicóloga Maria Thereza de Alencar Lima, da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), quando uma pessoa sai do armário também torna a família LGBT. "Isso pode ser sentido como uma ameaça à coesão desse núcleo", afirma.
De acordo com ela, podem emergir culpas e lutos intrafamiliares, assim como a necessidade de enfrentamentos de estigmas e da exclusão social também por parte da mãe, do pai e dos irmãos. "Vivemos em uma sociedade cuja ideologia promove uma perspectiva convencional das relações de gênero e da heterossexualidade, além de uma visão tradicionalista da família como sendo a correta", diz.
As agressões que vira e mexe vitimam os gays no país também são uma pedra no caminho de quem quer viver livremente sua sexualidade. "Elas mantêm a referência de que ser homossexual é errado", afirma Saadeh. O pavor de se assumir seria consequência dessa ignorância e discriminação, segundo o psiquiatra. "Deveria ser crime qualquer reação violenta contra a existência de uma pessoa por ela ser diferente da maioria", afirma. Para Saadeh, na nossa cultura, só a punição a esse tipo de violência pode gerar mudança comportamental.

Menos estresse

Apesar de todas essas agruras, há vantagens quando um homossexual revela sua orientação. Uma delas é justamente dar cabo da maledicência. "O indivíduo pode viver de maneira plena sua sexualidade sem se importar com o que vão dizer sobre ele, pois já se assumiu e, portanto, a especulação e a fofoca perdem o sentido, diz Saadeh".  O psiquiatra reconhece que se assumir não vai evitar comentários jocosos ou preconceituosos, mas vai aliviar a sensação de viver uma mentira e de estar escondido.  
Para a psicóloga Maria Tereza, ficar no armário pode implicar em muito estresse. Mas, segundo ela, para sair dele é preciso analisar o custo-benefício da decisão. Afinal, a tendência é que, quanto mais a pessoa se assumir em diferentes ambientes, mais delimitado será o grupo de indivíduos que a apoia, pois ficará claro quem a aceita e a respeita.  (...)
O texto é longo e interessante, quem quiser ler toda rerpotagem acessem o site abaixo.
Texto extraído do site::

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