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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Casal de Lésbica é agredido no metrô




Casal de lésbicas é agredido no metrô



Você está no trem, indo para o trabalho. O trem está cheio e entra uma pessoa com uma mochila enorme. Você, educadamente, sugere que a pessoa a segure na frente do corpo para que não machuque ninguém. A pessoa olha para você e te bate. Ela simplesmente começa a te agredir verbalmente usando características suas como se fosse um defeito e começa a bater no seu rosto.


As pessoas ao redor, em vez de ajudar você a se desvencilhar, riem. Acham engraçado que você esteja apanhando por você ser quem você é. Você desce do trem, pede ajuda ao segurança e ele diz que não pode fazer nada.

Você vai ao departamento de polícia, faz um boletim de ocorrência e o delegado diz que a melhor coisa que você pode fazer é trocar o horário que costuma usar o transporte, assim não vai mais encontrar a pessoa que a agrediu. Como você se sentiria? Você teria medo de sair de casa? E o que isso tem a ver com sexo – o tema dessa coluna?


Esse caso aconteceu com um casal de garotas. O homem que bateu nelas usou sua orientação sexual como motivo para bater em uma delas. Ele dizia que considera mulheres assim homens, portanto fazia sentido bater nela. O caso aconteceu em São Paulo, uma cidade em que as pessoas gostam de se dizer instruídas.

E por que isso ainda acontece? Por que as pessoas ainda acham que podem agredir alguém que é, simplesmente, diferente delas? O nome é preconceito. Nesse caso, homofobia.
Já escrevi aqui mais de uma vez que não entendo os motivos que fazem alguém não respeitar o outro. A religião prega amor, tolerância e portanto não deveria ser um escudo. A sociedade prega direitos iguais, portanto não deveria aceitar abusos.

A orientação sexual – e aparência – das pessoas é motivo de agressão diariamente. A pessoa não precisa fazer nada, apenas estar presente. Não precisa falar, movimentar-se ou abordar alguém. É só a pessoa existir e alguém já acha que pode agredir aquela “aberração”.

Orientação sexual não é opção. Ninguém escolhe ser isso ou aquilo. Você nasce assim, você simplesmente nota que é diferente do homem+mulher que dizem ser o certo. E outras vezes você ainda nota que não se sente confortável no seu próprio corpo, que há algo errado em ter nascido com aquele gênero. E não dá pra explicar, a pessoa apenas sente, apenas sabe.

Isso não interfere na vida de ninguém. Casais heterossexual dão amassos constrangedores nas ruas e as pessoas se preocupam com casais gays andando de mãos dadas. Homens dizem coisas horríveis como se fossem elogios para mães andando com seus filhos e as pessoas se preocupam com o gay que tem jeito demais de mulher.

Será que não está na hora de, simplesmente, respeitar as diferenças. Aceitar que o mundo não é do jeito que te contaram e entender que você não pode fazer nada para mudar? Ninguém vai se transformar porque foi agredido, porque foi motivo de piada ou de olhares maldosos. As pessoas vão continuar sendo quem elas são. Um pouco mais machucas e descrentes do mundo, mas vão.

Que tal aproveitar o vídeo abaixo para sentir a dor dessas meninas em sua própria voz e fazer parte de uma mudança positiva para todo mundo? Chega de homofobia, racismo, descriminação religiosa. É hora de aprendermos a conviver, respeitar e amar o próximo de verdade, muito além das palavras.


Texto na integra extraído do site:

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